segunda-feira, 6 de maio de 2013

Cenário


16:51. Um rapaz espera o ônibus recostado na parede do ponto, veste camisa rosa, gravata curta e óculos de sol. Faz sol. A moça do tempo anuncia a chegada da frente fria e da baixa umidade do ar. Embaixo da ponte um mendigo brinca com seus cachorros. O menor brinca com a capivara no canteiro do rio. Há uma capivara no canteiro do rio. Um amontoado de pessoas fuma crack. No bar os homens bebem cerveja na segunda-feira. As crianças brincam entre elas e com outros cachorros. O mendigo já ficou para trás. No farol o palhaço vende pirulito e o cego acompanhado pede esmola. A mãe de uma pessoa do amontoado também pede. Na ponte um grupo de três corredores correm, rápido. Perto, um grupo de dois pedala, mais rápido. Um motociclista é atropelado. Seu capacete voa. O helicóptero azul pousa depressa. A pomba, menos ágil, quase é atropelada pelo carro. O menino beija a boca da menina. Um ônibus freia, passageiros sobem e descem. Outras crianças atravessam na faixa de pedestre, aquelas ficaram para trás. O farol fecha e abre. Passo a primeira, a segunda e a terceira lombada. Dou passagem para a ambulância. O carro grande aproveita a passagem. O guardinha acena e também me dá passagem. E eu? Chego em casa. 17:04. 

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