quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A função da hipérbole no processo de treinamento . Bader, P. 2015 Ed Homemade

Hipérbole é uma figura de linguagem, classificada como figura de pensamento. Comumente pode ser entendida como um jeito exagerado de contar uma idéia.
Estudos recentes associam o uso indiscriminado da hipérbole a traços  de rebaixamento do sistema simbólico, empobrecimento de vocabulário e, em situações mais complexas, a patologias narcísicas conhecida popularmente pelo nome "sou o centro universo".
Nota-se uso recorrente em populações específicas:  apresentadoras de programa infantis, apresentadores de noticiários sanguinolentos ,adolescentes com alterações hormonais, casais em conflito e funcionários insatisfeitos.
A protuberância expressiva revela um desajuste entre os fatos e os afetos experimentados (vide anexo1).
Pesquisadores da Universidade Carapicuiba VII demostram entusiasmo com os resultados dos testes clínicos. Observaram a remissão total dos sintomas em sujeitos que vivenciaram situaçôes verdadeiramente traumáticas, como: eliminação do BBB, pé na bunda e desemprego por motivo fútil.

Anexo 1.

Família típica adquire mini cão para felicidade de todos. Sqn. O bônus de pegar um baby e morrer de paixão pelas suas fofurices é compensado pelo ônus de acabar com a lombar de tanto abaixar para recolher produtos orgânicos não tão fofos.
Fato é, que nem todos estão tão contentes ; é incrível como um pet doll gracioso pode provocar fúria titânica.
Duas horas de convivência produziram o seguinte diálogo:
- Tudo bem por aqui?
- Claro que não! Esse bicho caaaagooouuuu a casa inteira.
- Toda ela?! (já pensando numa invasão jurássica que dominou os 350 mts de casa num pum exterminador).
- Ali ô, ali! No jornal. Que noooooojo!
- Aquilo!?
- É, um hoooooorrooooor!
- Sei. Parece uma minhoca com sobrepeso não um cocô com dimensões continentais.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Tolerância

Na última quarta fui almoçar com duas amigas. Era meu rodízio. Vesti uma mochila e peguei carona com meu marido; optei por resolver o dia de transporte público.  Me senti em Paris. Tomei café de balcão e li jornal de papel. Primeira parada foi num hospital; fui conhecer um bebê super investido pelo desejo dos pais. Me emocionei. Veio depois da morte do irmão. Cinco estações adiante, registrei minhas digitais para ser reconhecida como cidadã de outro mundo. Resolvi por um preto e longo e demorado para observar a pressa. Perdi a minha e caminhei quarteirões até achar o que fazer. Achei ilusão de civilidade bem ao lado de um mendigo comendo seus restos. Achei minhas amigas. Estávamos com saudades; fomos impedidas pelos excessos: de trabalho e de problemas. Tomamos água, com gás e comemos alimentos, de qualidade. Tinha uma torta cremosa de cogumelos, divina. Tinha um rapaz, Felizardo?, talvez angolano?, aprendendo o trabalho de servir. Fez bem. Ah! E teve um contra o tempo de respeitar. O manobrista, gentil, que trouxe o carro da minha amiga, era o mesmo que pegou o carrão do homem robusto. O carrão também era robusto, mais do que a faixa da ciclo faixa. Na faixa vinha um ciclista. Tivemos pressa, não o suficiente para ele passar. Parou, praguejou com o manobrista, com o homem e com a gente, bateu. Chutou o carro com força e ódio e fugiu. Achei covarde e machista. Trememos um pouco, um pouco indignadas, um pouco achando que na Europa é diferente. Peguei carona, precisávamos resolver mais trabalho. O meu foi escutar a (in)satisfação. Precisei atravessar a rua; usei a faixa, de pedestre. Nem sempre funciona, parece que alguns não aprenderam o código. Aprendi na Europa, basta levantar a mão, assim pra frente, que param. Não funcionou. O moço do carro grande que não entendeu o sinal, levantou o dedo médio e apontou para mim. Eu entendi, ainda que não quisesse me fuder. Respirei fundo. Na Europa ... pensei. Agora pouco, assustada com a condição daquela gente enlameada de veneno de rico, tomei um susto. Outro?! Cravejaram balas de morte na cabeça de gente inocente. Porque sair de casa, a noite, de metrô, com 9º marcando os termômetros para ver show e tomar vinho é coisa de gente inocente. Minha mãe sempre falou: toma cuidado, pode ser perigoso. Mas não em Paris! Pra lá pode até levar os meninos; adoraram a última viagem. Talvez se confundiram com o jogo do video-game e dá pra iniciar e todos se levantarem e. Não dá. E sabe o que meu filho perguntou: ohmãe, o que significa tolerância?