O difícil esta na renúncia; trabalhar menos implica em ganhar menos, mexer mais o corpo em dormir menos, comer melhor em abrir mão de todas gostosuras e, gerenciar a equação negativa implica em administrar a inveja titânica que surge quando tropeço nessa gente que realiza aquilo que desejo.
Num dos bons papos do feriado conclui com a ajuda da minha irmã - fiel escudeira na alegria, na tristeza e no sobre peso - duas coisas: a primeira refere-se a generosidade da barriga que se espalha sutilmente pelo território do estômago a fim de atenuar a progressão geométrica das dobras inferiores e a segunda, a certeza inquestionável sobre a eliminação simbólica das pessoas magras do espaço terrestre.
Definimos a escala lúdica para o risco iminente de morte: o critério universal é a magreza; algo como "magras merecem o calor do infernos" ( aqui pouparemos defesas de gênero; estamos tratando publicamente da mais pura dor de cotovelo). Se for magra e sarada somos capazes de derrubá-las apenas no olhar. Se somar a isso músculos torneados, multi-habilidades esportistas, roupas minimalistas que fingem descontração com assinatura de estilista europeu, merecem chibatadas correspondentes ao número de abdominais feitos na ultima visita a academia. Agora se a honesta for vista nesse modelito up stairs vestindo rímel, micro eletrônico com playlist de festa de Ibiza, relógio com biopedância, botox natural, sorriso reluzente e simpatia sem uma gota de suor no rosto, aí deixa que eu resolvo o problema com minhas próprias e gorduchas mãos.