quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Personagens urbanos

Toda segunda cedinho quando peço uma média desnatada e um pão mil grãos com pouca manteiga retorno a posição de uma pessoa regular. Já vesti minha calça de linho com salto alto, besuntei maquiagem na cara e combinei alguns acessórios que me tornam uma profissional típica produto capitalista. 

Sentado a minha frente, naquela padaria do rato, um homem de 50 e poucos, cara surrada por um leve estado depressivo, corpo esbelto vestido a caráter para servir tanto a gerência quanto a superintendência de alguma empresa de serviços, aliança na mão esquerda, roupa de marca, sem celular e olhar vazio, perfeitamente alocado no lugar comum, surpreende a todos ao pedir uma jarra de suco de laranja e uma omelete completa com fritas.

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