quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Da neurose

Enredados na tradição nos sentimos ancorados e reféns.
Seguir as crenças familiares orienta o caminho e limita a fronteira.
Naquela família os homens sempre guiaram, em geral, os carros.
As mulheres permaneciam no banco do passageiro.
Assumir a direção carregava a ameaça do abandono.
Esqueciam que o casamento não acontecia entre iguais.
Na outra família guiava quem tivesse carro ou vontade ou necessidade.
Suas crenças eram outras.
Os homens casavam com mulheres mais novas, capazes de cuidar, inclusive guiar, se preciso fosse.
Morriam mais cedo; criam por medo do abandono.

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