quarta-feira, 6 de abril de 2016

Do dia

Munik venceu o Big Brother tornando-se a mais famosa milionária e meio do dia. A porta da casa foi quebrada por fãs e parentes fervorosos. Bial, coitado, perdeu os óculos. Perder os óculos é uma tristeza sem tamanho, ainda mais se você só tem um óculos e naquele momento nenhum. Eu só tenho um e não ando com reserva. O dia que esqueci os meus no trabalho - estava de lente - em casa ouvi música e fui dormir cedo. Fico feliz por Munik, mesmo não sabendo absolutamente nada sobre ela. No resumo da notícia, soube que manteve a discrição durante o jogo, ensaiou um namoro sem efetividade e fez uma fala política revelando que a expressão "nega" não revela preconceito. Entendo Munik, às vezes uso; uma antiga sogra também usava, me chamava de "neguinha" mesmo minha pele fazendo bolhas com protetor 70.  

Bolovo invadiu a gastronomia cinco cifras da cidade de São Paulo. Nunca comi bolovo, mas tenho vontade, ainda que não goste muito nem de ovo nem de bolinho de carne. Depois de partido fica bonito de ver: a gema mole derretendo lentamente para a borda da carne rosa. Dá um charme quando salpicam orégano e pimenta do reino. A primeira vez que escutei sobre o bolovo foi no clube. Um amigo do meu cunhado falou da iguaria encontrada num pé sujo do Largo da Batata. Pareceu meu underground, coisa de metaleiro encardido. Descreveu a confecção e a forma de apreciação com tanto empenho que me deu até tesão. Desejo vida longa ao aperitivo. 

Tati Bernardi e Ramon Nunes Mello confirmaram a Flip. Fiquei feliz por eles. Gosto da Tati porque ela escreve divertido inspirado pela mais nobre das razões: a própria neurose. Quando leio Freud e Lacan e depois a Tati, uso de exemplo sobre as 
configurações psicopatológicas. Além do mais, como eu, é nascida e criada na Vila Carrão; cada vez que conta dos pais ou da infância/adolescência lembro que quero perguntar para o meu pai se ele conhece o pai da Tati, mas sempre esqueço. Ramon eu não conhecia, achei bonito o rapaz. Fotógrafo de jornal faz aquelas fotos-montagem que a pessoa fica em evidência sob a paisagem. Na entrevista revela espiritualidade, interesse pela cultura indígena e o uso de ayahuasca: " foi depois do HIV". Ele não associou, mas me pareceu, como Munik, uma posição política contra o preconceito. Descobri que tem um livro chamado Poemas tirados de notícias de jornal, gostei do título. Em todas as oficinas de escrita criativa que fiz, os professores propuseram um exercício usando essa técnica. Na última vez, tive que escrever sobre o anúncio de uma prostitua que atendia num cortiço do baixo Augusta a 50 reais/hora. Vou lê-lo. 

Mais adiante soube que Carlos Alberto, aquele da Praça é Nossa, participou de uma sátira do próprio programa. Dele, sei que faz o mesmo desde que nasceu. Também casou umas vezes, teve uns filhos e uma das ex-mulheres era uma dessas Mulheres Ricas. Nunca gostei da Praça é Nossa, mesmo. Nem era preconceito contra TV de segunda categoria, era falta de afinidade. Outras coisas dessa TV eu até já vi: Casa dos Artistas, Roletrando, Qual é a música?. Uma vez eu participei de um programa lá. Dancei representando as Irmãs Casadei, escola de balé da Vila Carrão (será que a Tati conhece?). Eu era a nona, quatro de um lado e outras quatros do outro, eu no meio. O Bozo, Papai Papudo, Vovó Mafalda é aquele mau humorado atrapalharam toda apresentação. Dancei chorando, mas fui até o fim amiguinhos.  

Da Liliaex li a tirinha. Gosto do programa da GNT, mas gosto mesmo do João Vicente, o irmão gostosão do protagonista. Aliás, alguém viu JV no Papo de Homem falando sobre sexo oral. Acho que até minha avó, aos 9.1 com Alzheimer deu uma reanimada. Recomendo. 

Por fim soube que o Mr. Catra ganhou um programa no Multishow. Se não me engano ele é aquele cantor de rap? funk? que tem vários filhos com várias mulheres e consegue viver em família mosaico poligâmica sem stress. Do canal suporto a sequência de musicas, um top five atual, mesmo que não goste do estilo, fico até o final por pura curiosidade. Quem será a número 1? No fim é ou o Luan Santana ou o menino Bierber - Sorry. 

...

Hoje li o jornal do avesso. Quando li pedaladas fiscais dispararam sob Dilma, Lula faz planos para atuar no governo, gripe B causa danos como a suposta morte da menininha de 8 anos, comecei a chorar. O moço da padaria, em posse da minha média e pão na chapa, ficou preocupado. Perguntou se tava tudo bem, se precisava de ajuda ou se eu queria trocar o pedido. 
Chorei mais e pedi um pouco de esperança, mas ele, bem clichê, trouxe um mini sonho - cortesia da casa. 
❤️

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