quinta-feira, 10 de março de 2016

Precisaremos de mais cinco anos de chuvas torrenciais para iniciarmos as reclamações.Até agora todos permanecem educados: ninguém faltou às aulas, tão pouco as sessões, reuniões mantidas, até o Ari apareceu: trocou lâmpada, limpou calha, consertou vazamento do gás. Betania permanece feliz guardando água para reuso. A grama (cortada) no último sábado já cresceu, o pé de manjericão virou um pé de boldo. A parede do banheiro virou um bloco de húmus. Meu cabelo cacheou ferozmente, o cachorro voltou a fazer xixi no tapete do banheiro, cancelei 3 happy hours, minhas relações estão ameaçadas. Aliás, o Zé Maria tem dificuldade para correr? Parece que está apertado para ir ao toalete. É amanhã que acaba a novela? Comecei assistir essa semana. Só chove! E também teve aquela ridícula que cruzou meu caminho logo cedo, lépida, faceira e molhada (de suor), já saindo da academia, de pernas torneadas e músculos definidos com cara de missão cumprida. Já eu, de cabelo Joãozinho de tão encaracolado, com o maldito sapato de camurça impraticável, barra da calça molhada, com os Escritos do Lacan embaixo de um braço e o crachá de doutora entre os dentes, o celular preso entre o ombro e o hipotálamo para avisar o paciente do atraso e 2 dedos da mão direita segurando o diminuto guarda-chuva do Ben 10 que não serve para nada.
Mas não, reclamar da chuva é heresia. Espero que ela continue até transbordar o oceano Atlântico. Adoro dormir com esse barulhinho. 😏

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