segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Minha casa é dividida em 7 cômodos grandes e 7 pequenos.
Os maiores têm, em média, 6 tomadas e os menores 3.
Lembrando do quintal, do jardim e dos benjamins, contamos com cerca de 70 tomadas.
Quando reformamos a casa, pedimos pro Eduardo, o Thomas Edison de Osasco, buracos disponíveis nos lugares mais improváveis. Consideramos os enfeites de Natal, os televisores extras, os ventiladores e ar-condicionados para enfrentar o verão tropical, as torradeiras, batedeiras, caixas de som, aquários e tomadas repelentes.
São tomadas que não acabam mais.
Na suite do casal 4 delas se espalham pelos criados mudos: são 2 para mim e 2 para o meu marido.
A conta de luz, por motivos político-econômicos, saltou para 200 reais mensais.
Tentamos economizar. Esclareci com as crianças, com a empregada, com as visitas recorrentes a necessidade de redobrar a disciplina ecológica.
Se acendeu, apague. Se abriu, feche. Se ligou, desligue.
Obtivemos algum resultado; tímido em vista do débito automático.
Sendo 200 ou 50 reais, os kilowats gastos por tomada é o mesmo.
Se usado com parcimônia, podemos manter o carregamento dos eletrônicos em tomadas diferentes.
Minha pequena estante acumula um contigente de objetos maior que a marginal Tietê em véspera de feriado: tenho uma luz de leitura, o único telefone com fio, meia dúzia de livros inacabados, um amarrilho de cabelo, o carregador de celular, uma garrafa d'água e meus óculos. Devido a superlotação abro mão dos controles remotos.
No entanto, minha liberdade termina onde começa a folga do resto dos habitantes. Expliquei que, embora pague a conta, não tenho privilégios energéticos.
Não entenderam.
Hoje meus livros disputavam lugar com 2 Ipads, 3 celulares e uma bateria de carrinho de controle remoto.
Se não estou enganada, sinto cheiro de queimado ...

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