Estou padecendo de falta de tempo.
Minhas inspirações duram um gole, logo depois, preciso respirar.
Pareço os bebês prematuros, esquecidos que a garganta serve as duas funções.
Ficam afoitos pelo leite e ignoram o ar, esse trem sem forma, gosto, volume,
Voz.
Sim, porque leite tem voz; preso na ponta, uma mãe sedenta por esvaziar.
E fica gritando baixinho: mama bebê, mama.
E com mania de atender aos apelos maternos, mamam.
Parece mágica: encontram ritmo apoiados na fala da mãe, como faz a marcação do compasso entre a melodia e a letra.
Quando afinam, parecem feitos um para o outro.
...
Queria mais tempo para escrever, queria mais tempo para pausa obrigatória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário