quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Sabe aquele moço, com nome comum e sobrenome famoso? Parece alemão porque enrola a língua pra falar. Aquele que tem prédio bonito ali na marginal? Desses com árvore plantada na parede.
Lembra?
Não!?
Aquele que foi convidado a prestar esclarecimentos sobre corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação contra a ordem econômica? Lembrou?!
Então.
Ontem ele versou meia dúzia de palavras para dizer que não tem nada a dizer.
Tá no direito.
Forçaram a barra barganhando benefícios; algo do tipo "se você falar a verdade eu te perdôo" ou "é nobre reconhecer os erros".
Continuou calado.
Tá no direito.
Mas o que disse merece reparação: falou que na sua casa, com as meninas (suponho filhas), quando ocorre uma briga e pedem ajuda, informa que não pretende saber quem começou, pois teria mais bronca do delator do que o culpado.
Pois bem!
Tá no direito.
Afinal cada um cria os seus como lhe convém.
No entanto, quando as crianças se metem em briga, cabe ao adulto avaliar se as mesmas têm condições de resolver o conflito sozinhas, se não existem terceiros envolvidos, se não há prejuízos significativos e se estão aptas a processos de reparação - tipo um breve exame de consciência para pedir desculpas, devolver o brinquedo, dar algo em troca.
Em geral precisam de ajuda, de modelos e, as vezes, dos benefícios da delação premiada; não por serem criminosos, mas por serem pequenos infratores em construção subjetiva (ou seja, crianças em formação), desafiando os limites do certo e do errado em troca de amor e reconhecimento.
No mais, a vida segue cheia de direitos.

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