terça-feira, 4 de agosto de 2015
Segunda, por si só, já é um dia cabalístico.
Cheio de sentidos ocultos que nos obriga a começar.
Hoje, especialmente, começaram as aulas das criancinhas, da faculdade, do curso extra de línguas, dos treinos de tênis.
Aproveitei a energia (sqn) e comecei: ginástica, a dieta da sopa e a pesquisa para (aquele interminável) artigo científico.
A missão: levantar publicações sobre avaliações psicológicas (argh!) em hospitais e indicadores de qualidade (argh!) do nosso trabalho (argh! argh!).
Separei 20 resumos recentes sobre o tema.
Achei um pouco de tudo: pré operatório, durante operatório, pós operatório; com stress traumático, sem stress tão traumático; com idéias malignas e atos malignos. Mães de primeiros filhos, segundos e ninhadas. Pessoas com doenças de A a Zinco e, por fim, a turma do acima do peso.
Decidiram - não me perguntem porque - pesquisar como anda a vida sexual das mulheres (obesas) que pretendem operar o estômago.
Três dados foram analisados: peso, idade e estado civil.
Bullshit travestido de ciência.
Perguntar coisa que valha ninguém considerou.
Quero ver cruzar "quanto tempo você tem para cuidar das suas coisas?" com "seu salário é satisfatório?" ou "quando foi a sua última ida ao cabeleireiro?" com "indique as três últimas capas da revista Caras?".
Isso ninguém faz e depois vem botar banca de doutor!
No alto da minha master expertize (mini currículo: pesquisadora, psi, mulher, casada, semi-jovem, plus size, sexualmente ativa e escritora de bobagens), teço considerações:
Primeiro: puta tema preconceituoso. Segundo: hipótese preconceituosa de que gordinhas não trepam.
Terceiro: encontraram o óbvio e pagaram de bem intencionados dizendo que a pesquisa pretende ajudar a diminuição do preconceito e preparar melhor essa (argh!) população para diminuir a expectativa em relação a cirurgia.
Desserviço.
Vamos aos dados: mulheres mais novas e magras relatam maior satisfação do que as mais velhas e mais gordas ; as solteiras relatam maior satisfação sexual que as casadas.
Bom Creonice, aí a gente pode pensar que as razões são outras, né?!
Primeiro que pessoas quando mais jovens tendem a serem mais magras (menos a minha avó que despencou dos 60 para os 45).
Segundo, que gente com variedade amplia os parâmetros de comparação (visto a fartura de comida no self-service ) e, portanto, apresentam índices de satisfação mais elevados (experimente ficar no arroz com feijão todo dia para ver o que te acontece quando cruzar com um filet a parmegiana).
E por fim, que tempo livre para a turma da idade + casamento (e todo o arsenal) + sobrepeso é artigo de luxo.
Portanto, serviu pra nada.
Uma dica (antes de medidas mais radicais): separe um tempo de relógio para você, gaste tempo dando risada, faça sexo sempre (gorda, magra, nova ou velha, solteira ou casada) e por fim, boicote qualquer tipo de obviedade, ninguém sabe mais de você do que você mesmo.
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