domingo, 22 de dezembro de 2013

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 http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2013/12/1388940-cronica-de-natal.shtml

Antonio, meu querido! Recebi você de portas abertas aqui em casa, reservei um lugar cativo na nossa última viagem, economizei tempo com meus filhos para acabar de ler seus escritos. Me diverti tanto que até o meu primogênito decidiu conhecê-lo; e gostou. E agora você vem com má vontade para colocar luzinhas de Natal na sua casa ?! Fez cara feia para o pinheirinho?! O que está acontecendo, Antonio?! Vocês homens! Serei generalista, afinal uma rápida pesquisa no quarteirão indicou a preocupação vital dos machos: vocês e suas vontades. E a sua ousadia de publicar em mídia nacional o golpe baixo que cometem para se livrarem das suas obrigações, nossa! Que desapontamento! Atribuir, de forma dissimulada, nossas insatisfações aos vapores uterinos e não as suas irritantes atitudes é golpe baixo. Meu sangue ferve quando isso acontece, infelizmente Antonio, você não é o único. Acontece. Na sua casa , na minha. Mas é ruim, e tem dia que é pior, aqueles dias que já não bastasse o seu estado de putice, seu parceiro sutilmente sugeri que você está acometida de uma inflamação histérica, afinal colocar o lixo na rua, lavar a louça suja, alimentar as criancinhas, arrumar a cama e organizar o caos para a próxima festa na sua casa, não são tarefas necessárias. Importante mesmo é colocar a cerveja pra gelar e jogar uma partida de tênis. O resto se auto organiza, como lá no Japão, no desenho dos Jetsons, nas produções futuristas e onde mais você imaginar que exista casas über planejadas, automatizadas, com ligação direta no barril da Ambev e no churrasquinho da esquina. Só que não! Aqui em Osasco isso não acontece. Aquele copo gelado, que você gosta de derramar a primeira do dia, que foi devidamente depositado no freezer, sabe, então: não foi parar lá sozinho! E aquela suculenta costelinha de porco que você adora comer, acompanhada da farofa de ovos fresquinha, sabe, então: não vende na padaria!  E as criancinhas, o que dizer, saudáveis, cheirosas, bem educadas, ficaram assim como mesmo?! Ambev? Padoca? Tênis? Não! Se humanizaram as custas de muito trabalho, mau humor, dedicação, costelinha, banho na hora certa e pasme, escovação  diária dos dentes, três vezes por dia! E até sua raquete de tênis importada, aquela que custou a million dolars, que você comprou na última viagem, então foi salva de virar raquete de ping-pong, matadora de mosquito e pá de lixo, mas não foi de graça. Alguém teve que protegê-la enquanto você abastecia a geladeira de cerveja e só! Ah! Sem falar de todo o resto. Mas tá bom, chega de reclamar por hoje, acho que a campanhia tocou e logo mais eu começarei os serviços e você Antonio, André e todos os outros a próxima vez que sua esposa pedir para colocar as lampadinhas - coreanas, chinesas ou seja lá de onde for - no chapéu de sol em frente a sua casa, levanta-se, dê um beijo caloroso na boca dela e diga: por você meu amor eu ilumino até a Torre Eiffel!  



Um comentário:

  1. É isso aí...não deixa passar em branco mesmo.
    Tem todo o meu apoio,os homens tem um chip a menos e , mais uma vez,nós é que acabamos tendo que compensar de alguma maneira.
    Li a crônica do Antonio e qdo ele fala dos "vapores uterinos" tive vontade de gritar...e gritei ...rsrrs.
    Mais uma vez, adorei seu texto.
    Bjos

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