segunda-feira, 3 de junho de 2013

O dia em que o sabonete virou uma arma


O limite entre a paranoia e a gestão de risco não é tênue, na verdade é impalpável ou deveria ser, porque quando ele se materializa não era nem paranoia nem gestão, se torna tragédia.

Aconteceu esse feriado.

Durante o gerenciamento do banho de cinco crianças - sendo que duas delas era no grito – foram necessárias à criação de algumas medidas de cuidado.  Exemplos: sabe aquele tapete que fica próximo a saída do chuveiro, então, com cinco recomendo uma toalha de praia medida padrão 3x2. Também alerto para a poça d’água que se forma na pia, lugar de repouso dos trajes de dormir; forre com uma toalha de banho padrão 2x1. Ah! Se o seu tapete molhado não for grande o suficiente, empreste do outro banheiro, porque criança+ frasco de shampoo+ chuveiro ligado= acidente na certa. Caso esteja no sitio ou casa de praia com duchas descartáveis pós eletrochoque, calce os pimpolhos com sapatos de borracha, tipo galocha. Evita queda e morte por parada cardíaca. Sugiro distribuir as escovas de dente já com a pasta, há relatos de engasgos por uso indevido de creme de barbear ou pomada para assadura. Se acontecer lave o local em abundância e provoque vômito. Melhora.

Recomendo manter a porta trancada e a chave no bolso, uma vez que a temperatura quente provoca fuga, em estado natural, pelos corredores da casa. Tenha o cuidado de retirar o papel higiênico do alcance, eles se transformam em bolas marca teto. Obviamente feche o vaso sanitário para que o menor não naufrague pelo esgoto.

Chegamos a vítima.

Por alguma razão que eu desconheço, minha sogra comprou um sabonete gigante. De imediato achei estranho, pensei que estava sob a influência da penúltima taça de vinho. Busquei parâmetros conhecidos, mas não encontrei, ele era único e pelo tamanho duraria até o próximo verão. Fato um tanto anti higiênico. O rótulo não indicava nenhuma estratégia promocional. Tinha notas delicadas de romã, que convenhamos não deveria estar na categoria das frutas, mas sim em um teste de paciência. Talvez tivesse sobrado do ano novo, decidiram derreter com gordura e liquidar o estoque das benditas sementinhas.

(Meu pai me dá as 7 santificadas sementes todo ano desde que eu tenho cofre, ou seja, comprei uma carteira só para guardá-las)

E como se tratava de uma marca C4 (acabei de descobrir que as classes sociais e econômicas são divididas em letra e número. Quanta ascendência!), pensei que poderia servir para lavar o Chevete 79, ou talvez ser importado para a Índia para lavar elefantes, ou até um especial para pessoas com gigantismo, porque aquele bloco não cabia na mão de ninguém, enfim ... pensei tanta bobagem que esqueci de prestar atenção no bacuri minúsculo que estava sob minha tutela. Do alto dos seus 97cm, com uma mão medindo um pouco mais do que uma xicara de café, o guri dizia algo como: “titidabobonetetitidabobonete”. A titi bobonete deu o tijolo de romã na mão do menininho que , adivinhem, foi parar diretamente na ponta do mindinho do pé esquerdo. PQP! “Uauauauauauaua” acho que foi isso que ele disse.

Nota: o dedinho virou dedão, mas segundo o médico ortopedista não houve fratura senhora, foi apenas uma luxação. Pediu repouso e evitar por o pezinho no chão. Fui obrigada a tirar férias para cuidar do sobrinho, afinal era minha responsabilidade.

Nota2: o sabonete padrão pesa entre 75 e 90grs, já o infeliz pesava 150grs. Instalei, em todos os banheiros da casa da sogra, dispensadores de sabonetes líquidos.

 

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