terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Superego


Já que estamos fadados as relações existentes entre as instâncias psíquicas, que seja divertido!

Uma das formas de driblar a ação impetuosa do meu amigo Superego é travesti-lo. Trata-se de um carinha insistente, chega sem ser convidado, vive dando palpite no trabalho dos outros, reclama das pessoas, do mundo, do movimento cósmico; vê defeito em tudo. Você pode ter feito a melhor faxina da sua vida, limpado cada canto da casa, tirado com palito de dente aquela sujeirinha do liquidificador, pois vem o moço e encontra um mosquito morto no lustre que só ele vê. Dependendo de como está o humor do sujeito, ele  lança um olhar de canto ... acompanhado de um resto de suspiro ..., mas se o bicho tá atacado ... segura! Pega a escada na lavanderia, desmonta o lustre, te puxa pelos cabelos para mostrar a mosca incinerada e aproveita, faz umas criticas sobre a instalação, olha encima dos armários e desmonta a geladeira. Um horror!

Em geral, percebo que há certa implicância com outro habitante das mesmas terras: o Id. Bem da verdade é um sujeitinho maroto como ele só. Não tem parada, de tanto correr vive com o joelho esfolado. Quando Eu tô chegando com a farinha, ele já tá servindo o canapé. Tem mania de suspiro, mas desconfio que seja de cansaço. Só pensa bobagem e parece que quanto mais estuda pior fica. É o maior contador de estórias do mundo. Inventa tanta lorota que quando  vê, você está sentado na platéia aplaudindo. Se resolve brindar com os amigos ... fica há um passo da inconveniência. Por conta disso, foi banido de algumas rodas e, brejeiro que é, descolou um coitado para representá-lo nas situações sociais: o Ego.

Mal sabia ele que o Ego, metido a prudente e um baita indeciso, encontrou dia desses o Superego na missa. Ficou mais tempo do que deveria escutando aquelas parolices e saiu da sacristia com a cabeça fervendo. Era tudo o que o super queria, plantar a discórdia e atazanar a vidinha ordinária do Sr Prudente.

Até manter relação com esses dois, era um cara pacato, cheio de funções, elaborava uma estratégias de defesa,  controlava o tempo, os estímulos do mundo, arquivava umas memórias por ordem de chegada, o perfeito funcionário padrão da repartição. Agora vive angustiado, fez essa bendita compra casada – vendeu a alma pro diabo no mesmo dia que começou a acreditar em deus. Passa o dia negociando: se eu for a festa perco a hora, se não for a festa perco a chance; se eu comer o brigadeiro fico gordo, se eu não comer fico triste; se eu ligar ele vai pensar que eu quero alguma coisa, se eu não ligar vai pensar que eu não quero nada. Um chato de galocha! Pensa tanto que as vezes fica doente de tanto pensar.

Como Eu já tenho um naco de intimidade com essa gente falei pro Ego: deixa disso, já que seu esporte predileto é pensar, pensa que esse tal de Superego é uma super gorda, frustrada, com bigode, dores no joelho, metida a sabichona, flatulenta, que na falta do que fazer espiona a vida dos outros. Manda ela ir trabalhar, fazer serviço voluntário, tomar conta de arquivo morto empoeirado! E digo mais, essa Idizinha é malandra, tenho certeza que é a irmã espevitada da supergorda. Fala pra descer do salto quinze que ninguém corre maratona de bico fino.

São duas Mariaslôcas descendentes da mesma linhagem. Outro dia Eu tava assistindo o Fantástico e passaram uma reportagem sobre gêmeas siamesas que foram separadas no nascimento. Uma foi adotada por uma família inglesa, anglo-saxã, parecia gorda na foto e a outra, menorzinha, bronzeada, acho que morava em Miami, foi vista rodando de patins vestindo um biquíni diminuto! Dá uma olhada no Youtube pra ver se você reconhece e enquanto isso ... vamos tomar um chopinho?

    

 

 

 

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