sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Bienal

Quando a vida não é trágica, ela tende a ser bem divertida. Essa semana decidi levar meu mais velho a Bienal do Livro. Vez ou outra a extenuante rotina abre uma brecha para o projeto educação cultural. Sim, isso mesmo! Porque não basta alimentar, levar ao pediatra antroposófico - vocês calculam quanto eu gasto por mês só em bolinhas da Weleda?! - ao ortodentista - mais dinheiro com a manutenção daquele equipamento de marcianos - pagar natação, tênis, esgrima, flauta doce e mais o que os caras inventarem; temos que nos responsabilizar pela tal da educação cultural. Escolhemos até escola diferenciada, método construtivista e tudo- só Deus sabe minha dificuldade em não ensinar conta armada pra esses moleques, mas ainda assim é pouco! Então vamos lá! Decisão tomada encarei o primeiro turno da feira, aquele onde as frutas ainda reluzem e o melão "sou doce" custa cinqüenta contos, sabem!?
Saímos mais cedo de casa, passamos na Vila Mada para tomar um café da manhã descolado e natureba e encaramos a Marginal. Estava plenamente confiante , contando pro guri a história do movimento no cenário cultural da cidade, evento promovido em São Paulo pela primeira vez em 1950 pela Câmara Brasileira de Livros , seguindo tendências das feiras européias e blá,blá,blá. Por pura falta de opção ele prestava atenção, afinal antes da Bienal eu tinha promovido uma falta escolar.
Chegamos tão cedo que estranhei o pouco movimento nas imediações. Fiquei surpresa com a organização no estacionamento, fato justificado pelos R$ 28,00 gastos. Na entrada homens de preto guiavam os poucos visitantes a recepção principal, com direito até a cafezinho. O incômodo só aumentava, nenhuma criança a vista, foi então que decidi perguntar para um dos rapazes do que se tratava o evento: feira de instalações elétrica senhora! Mico total!
Meu filho que normalmente já fica envergonhado quase morreu. O moço delicadamente perguntou se eu estava procurando a Bienal e foi até a porta mostrar o caminho para o Anhembi, certamente temeroso que eu fosse parar no Itaquerão!
Enfim aterrissamos ao destino programado. Lotado de ônibus escolares, molecada saindo pelo ladrão, professoras em estado de calamidade gritavam freneticamente: " Zezinho vem cá, cuidado com a estante, não põe a mão aí menino, socorro!!!".
Saldo super positivo, ele ficou fascinado pela imensidão de livros, opções, pessoas, conversou com escritores, com expositores, comprou um monte de títulos pra ele, pro irmão e até para uns amigos. Curtimos a beça o resto do dia de filho único. Finalmente em casa, jantamos, conversamos e exaustos decidiram - para orgulho de mamãe - trocar os trinta minutos da companhia do Homer Simpson pela leitura.
Feliz e orgulhosa abri uma Duff para brindar a obrigatoriedade materna!

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